Há 21 horas
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Foi mal...
Por: Marcella Brum - Site Bolsa de Mulher
Admitir que está errada não é agradável e muito menos fácil. Este simples ato implica em reflexão, análise e autocrítica – como podemos ver, a coisa é realmente bastante complexa. No entanto, de vez em quando, a ficha cai e notamos que de fato houve um vacilo de nossa parte. Fazer o quê? Pedir desculpas seria a resposta mais sensata e óbvia. Mas algumas criaturas ignoram o episódio e abstraem a significativa palavrinha ou uma similar da sua vida. O grande problema é que fazem isso também com a outra parte - talvez a mais interessada.
Embora o tal pedido seja esperado, aclamado e desejado por todos que se sintam magoados e ofendidos, pronunciar a palavra “desculpa” simplesmente não é indício nenhum de arrependimento. “Tem gente que pede desculpa pelo mesmo erro toda hora. Isso é insuportável: ou ela está pouco se importando ou não assimilou direito o ocorrido. Fala ‘desculpa’, ‘foi mal’ como diz ‘oi’”, indigna-se a economista Alice Maria Torres. A psicoterapeuta e psicodramatista Márcia Homem de Mello afirma que o ato de pedir desculpas sempre deve estar ligado a um significado verdadeiro para seu autor. “Se desculpar apenas para agradar a outra parte, não tem sentido. A desculpa deve ser sincera. Dessa forma, ela representa o reconhecimento de que algo desagradou ao outro, uma tentativa de reaproximação, já que a outra pessoa é importante, ou um desejo de reparar a mágoa causada, mesmo que não tenha sido intencional”, comenta a psicóloga.
Justamente por ter um significado tão abrangente é que a falta da aplicação desse vocábulo, na hora exata, acarreta complicações. Segundo Márcia Homem de Mello, dependendo do grau de importância que a outra parte dá ao problema, a ausência do pedido de desculpa pode gerar conflitos, sentimentos de mágoa ou raiva e desejos de vinganças. Por outro lado, saber desculpar também é muito importante. “Muitas vezes, a pessoa que errou é que tem a necessidade de se retratar. E isso implica em coragem e humildade para tomar essa atitude. Aceitar o pedido, então, é fundamental. Caso contrário, o ato de pedir desculpas do outro acaba sendo em vão”, conclui Márcia. No entanto, apesar de errar ser humano e pedir desculpas ser correto, banalizar o erro e arrematá-lo prontamente com a palavra desculpa ou uma similar não adianta muito. Palavras não são mágicas.
"Palavras não são mágicas", oh! Santo Father! Porque seus filhos tem tanta dificuldade de entender isso?!
A muito venho pensando sobre essa temática, e aí hoje encontrei esse texto e me vi na obrigação de publicá-lo e comentá-lo.
Tenho essa sensação incômoda que as palavrinhas:"desculpe-me" e "perdão", viraram aquele "bom dia" da chegada no trabalho ou o "obrigado" ao receber um troco. Simplesmente saí de forma mecânica, sem que você precise pensar no que está fazendo, dizendo ou se aquilo trará alguma consequência para você ou para a outra parte afetada.
Me parece que, para desculpadores compulsivos, o simples fato de reconhecer que errou já corrige o erro, e que a vítima (ou não) tem que se sentir grata por ouvir um pedido de desculpas. Foda isso!
Temos que entender que ao pisar no pé de alguém, o meu pedido de desculpas não vai fazer com que a dor passe, que isso é o mínimo (mas mínimo mesmo, o "alguma coisa" seria beijar esse dito pezinho) que posso fazer. E que o fato desse acidente não ser planejado não atenua meu ato, mas sim que o planejamento o agrava.
O exemplo é bobo, mas se encaixa bem em qualquer tipo de relacionamento.
Não que eu não faça isso de vez em quando, porque sim, não me orgulho em dizer mas eu faço. Mais cada dia mais penso duas vezes antes de dizer um "sinto muito", afinal quanto eu sinto mesmo?!
Voltando ao pensamento inicial, creio que esse negócio de "palavrinhas mágicas" vem lá da "tia" do maternal, que nos ensinavam que "obrigada", "sinto muito", "com licença" e "por favor" tinha esse mágico poder. Bem, as tias também me ensinaram que os bebês vêm de beijos e que os coelhos na páscoa põe ovos de chocolate. Se eu já aprendi a verdade sobre isso porque você também não pode aprender sobre o resto?
xoxo
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